quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Enfim chegamos: 2010

Enfim chegamos: 2010

2010 chegou! Aliás, já está passando. O ano começou com duas grandes catástrofes: deslizamentos de terra em Ilha grande e o terremoto no Haiti. Não dá pra acreditar como as coisas mudam de uma hora pra outra e que tudo sempre pode ficar pior. Ninguém poderia prever que derrepente tudo iria literalmente por terra a baixo. Dentre as perdas humanas, vale a pena lembrar da pediatra mais famosa do BRasil (hoje): Zilda Arns. Essa pessoa incrível dedicou sua vida a saúde como poucos. Fundadora da pastoral da criança e uma das guerreiras contra desnutrição infantil no mundo, Zilda deixou um déficit incalculavel de humanidade neste país. Pessoas como ela que deveriam estar na mídia o tempo todo, mas infelizmente só são lembradas quando morrem, diferente dos participantes do BBB (infelizmente la vem outro né..).

As pessoas morrem. Um pastor amigo meu pede pra que nunca esqueçamos disso. Zilda Arns adiou sua viagem ao Haiti 4 vezes, e na quarta ocorreu o terremoto que a matou. Ninguém está salvo do acaso. No entanto não lembramos da morte no dia a dia. No livro de Eclesiastes encontramos as sábias palavras do rei Salomão: "Melhor é ir à casa de luto (velório) do que ir à casa onde há banquete (festa); porque naquela (no velório) se vê o fim de todos os homens, e os vivos (que estão no velório)o aplicam ao seu coração" (Eclesiaste 7:2).

Não devemos viver pensando na morte, mas não podemos esquecer que ela é tão surprendente e demente quanto um raio. Devemos esperá-la com paz e não com temor..E que a noite nos traga alívio imediato (parafraseando humberto gessiner).

Finalizo com 2 poemas de Mário Quintana que transmite algo sobre vida e morte com a classe que lhe é peculiar.

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Ah! Os relógios

Amigos, não consultem os relógios
quando um dia eu me for de vossas vidas
em seus fúteis problemas tão perdidas
que até parecem mais uns necrológios...

Porque o tempo é uma invenção da morte:
não o conhece a vida - a verdadeira -
em que basta um momento de poesia
para nos dar a eternidade inteira.

Inteira, sim, porque essa vida eterna
somente por si mesma é dividida:
não cabe, a cada qual, uma porção.

E os Anjos entreolham-se espantados
quando alguém - ao voltar a si da vida -
acaso lhes indaga que horas são...

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Libertação

A morte é a libertação total:
A morte é quando a gente pode, afinal, estar deitado de sapato.

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